Na realidade, a conhecida "Banda do Barão" tem o nome de Associação Musical "José Favorino Rangel"
“É preciso haver maior conscientização dos catanduvenses para o trabalho de projeção e intercâmbio cultural que a Banda “Professor José Favorino Rangel” – a conhecida “Banda do Barão” – vem realizando em prol da cidade. Se isto não acontecer, estaremos correndo o risco de perdermos um dos nossos mais legítimos patrimônios”.
Essa é uma declaração feita pelo professor José Michel Esper, um dos grandes incentivadores da banda, no jornal “A Cidade” de 08 de abril de 1979, comentando algumas dificuldades que a banda vinha enfrentando no período em que foi presidente da diretoria.
Quando falamos na “Banda do Barão”, as imagens que surgem em nossa cabeça são às dos grandes festivais e dos saudosos desfiles que ela realizou ao longo dos anos, com seus instrumentos, coreografias e uniformes impecáveis.
Aliada a toda essa pompa, a banda sempre teve como companheira as dificuldades financeiras, além de conflitos internos com sua diretoria.
Embora enfrentando obstáculos ao longo dos anos, a banda sempre conseguiu encantar os locais por onde passou e deixou uma boa lembrança para aqueles que fizeram parte desta corporação.
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Foto tirada durante desfile em comemoração à Independência do Brasil, no qual se vê parte da “Banda do Barão”, nos anos de 1970 |
A Corporação Musical “José Favorino Rangel”, popularmente conhecida como “Banda do Barão”, surgiu no início da década de 1970, funcionando por muito tempo no prédio da Escola Barão do Rio Branco, motivo pelo qual ganhou seu apelido.
Inicialmente, a banda foi mantida pela GERB – Grêmio Estudantil Rio Branco –, depois pela APM da escola – Associação de Pais e Mestres – e posteriormente por uma Diretoria constituída pela associação.
De acordo com reportagem no jornal “O Regional”, de 15 de janeiro de 2002, o Sr. Washington Luis Pereira, antigo instrutor da banda, relata que “esses três órgãos eram responsáveis pela parte burocrática da banda: contatos, ofícios e pagamentos. Jamais elas tiveram alguma participação nos destinos da banda durante o qual pertenci às suas hostes”.
A corporação tinha um espírito bem democrático, já que a opção de participar ou não de concursos, trocar ou não o repertório sempre era discutido entre os alunos-músicos, prevalecendo o voto da maioria.
Durante sua história, a banda contou com inúmeros regentes, como por exemplo, Washington Luis Pereira, Enéas Rodrigues, Michel José Esper, Hélios Tricca, Valdemar Campos e Edval de Jesus de Souza Breguedo, que está à frente da banda desde maio de 1987.
O funcionamento da banda na escola Barão do Rio Branco se deu até o ano de 2001, ano pelo qual também foi fundada a Associação Musical “Professor José Favorino Rangel”, com posse de nova diretoria e que tinha como “finalidade primordial manter uma escola para ensino gratuito de arte musical e a formação de músicos para sua execução, por meio de instrumentos de sopro e percussão”, passando a ter sede na rua Emas Nº 42, Parque Iracema.
Sua primeira diretoria foi formada por Célia Tricca Esper, presidente; Enéas Rodrigues de Souza, vice-presidente; Márcio dos Santos Roncalli, tesoureiro; Elcio Américo Corrêa, 1º secretário; Nelson Lopes Martins, 2º secretário; Edval de Jesus de Souza Breguedo, diretor musical; e Onofre Delbson Baraldi, diretor social.
Percebendo o problema financeiro que sempre acompanhou a referida banda, o vereador Onofre Baraldi elaborou um projeto de lei que declarava a Associação Musical “José Favorino Rangel” como sendo de utilidade pública, através da Lei Nº 3.762 de 07 de março de 2002, habilitando esta a receber verba da prefeitura de Catanduva.
O último auxílio enviado à banda partiu do Requerimento Nº 6220/2011, de autoria do vereador Nelson Lopes Martins, “solicitando ao Sr. Prefeito para que envie projeto de lei concedendo subvenção à Associação Musical “José Favorino Rangel”, Banda do Barão”.
O pedido foi atendido, e em 12 de setembro de 2011, através da Lei Nº 5.237, de autoria do prefeito municipal, concedeu uma quantia de R$ 1.500,00 por mês, durante cinco meses, indo dos meses de agosto a dezembro de 2011.
Atualmente, quem está à frente da banda, tanto como maestro, como presidente da associação é o Sr. Edval de Jesus de Souza Breguedo, que tomou posse como presidente em junho de 2011.
Funcionando de maneira provisória em sala fornecida pela Prefeitura Municipal de Catanduva, no prédio localizado à rua São Paulo (local onde funciona a Guarda Municipal de Catanduva), a banda busca novos recursos para futuras instalações, contando hoje com 60 integrantes.
Infelizmente, a banda ainda passa por problemas financeiros, como comenta Edval: “Ultimamente não participamos mais de festivais, não por falta de qualidade, mas por falta de dinheiro, encareceu demais. Antigamente, a banda era mais “elitista”, e muitas vezes, entre os próprios pais se arrecadava o dinheiro para nossas despesas. Hoje já não temos mais isso. As viagens são bancadas pelas prefeituras que nos convidam para algum evento, cedendo o ônibus e a alimentação”.
Deixando os problemas de lado, o que fica claro entre todos àqueles que participaram da referida corporação é um grande sentimento de saudade e “tempos bons”, mantendo viva e acesa o espírito envolvente.
“Comparo a banda como o time do Barcelona, que hoje é evidência mundial. Até quando vai durar? Será que para sempre? Cada um teve seu momento. Hoje a banda não se encontra em sua forma maior, pois estamos passando por um período de reestruturação. Mesmo perdendo o pique, fizemos história”, finaliza Edval de Jesus de Souza Breguedo.
Atualmente, a banda está sob os cuidados de Edval de Jesus de Souza Breguedo, que além de maestro é o presidente da Associação Musical “José Favorino Rangel” |
Referências Bibliográficas: - Jornal “A Cidade”, de 08 de abril de 1979. - Jornal “O Regional”, de 06 de janeiro de 2002. - Jornal “O Regional”, de 15 de janeiro de 2002. Material pesquisado no acervo do Museu “Padre Albino |