terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A "Banda do Barão" de Catanduva

Na realidade, a conhecida "Banda do Barão" tem o nome de Associação Musical "José Favorino Rangel"
  
“É preciso haver maior conscientização dos catanduvenses para o trabalho de projeção e intercâmbio cultural que a Banda “Professor José Favorino Rangel” – a conhecida “Banda do Barão” – vem realizando em prol da cidade. Se isto não acontecer, estaremos correndo o risco de perdermos um dos nossos mais legítimos patrimônios”.
Essa é uma declaração feita pelo professor José Michel Esper, um dos grandes incentivadores da banda, no jornal “A Cidade” de 08 de abril de 1979, comentando algumas dificuldades que a banda vinha enfrentando no período em que foi presidente da diretoria.
Quando falamos na “Banda do Barão”, as imagens que surgem em nossa cabeça são às dos grandes festivais e dos saudosos desfiles que ela realizou ao longo dos anos, com seus instrumentos, coreografias e uniformes impecáveis.
Aliada a toda essa pompa, a banda sempre teve como companheira as dificuldades financeiras, além de conflitos internos com sua diretoria.
Embora enfrentando obstáculos ao longo dos anos, a banda sempre conseguiu encantar os locais por onde passou e deixou uma boa lembrança para aqueles que fizeram parte desta corporação.

Foto tirada durante desfile em comemoração à Independência do Brasil, no qual se vê parte da “Banda do Barão”, nos anos de 1970

A Corporação Musical “José Favorino Rangel”, popularmente conhecida como “Banda do Barão”, surgiu no início da década de 1970, funcionando por muito tempo no prédio da Escola Barão do Rio Branco, motivo pelo qual ganhou seu apelido.
Inicialmente, a banda foi mantida pela GERB – Grêmio Estudantil Rio Branco –, depois pela APM da escola – Associação de Pais e Mestres – e posteriormente por uma Diretoria constituída pela associação.
De acordo com reportagem no jornal “O Regional”, de 15 de janeiro de 2002, o Sr. Washington Luis Pereira, antigo instrutor da banda, relata que “esses três órgãos eram responsáveis pela parte burocrática da banda: contatos, ofícios e pagamentos. Jamais elas tiveram alguma participação nos destinos da banda durante o qual pertenci às suas hostes”.
A corporação tinha um espírito bem democrático, já que a opção de participar ou não de concursos, trocar ou não o repertório sempre era discutido entre os alunos-músicos, prevalecendo o voto da maioria.

Na verdade, a “Banda do Barão” leva o nome de Associação Musical “Professor José Favorino Rangel”, em homenagem ao homem, que além de professor, foi artista plástico e defendeu São Paulo durante à Revolução Constitucionalista de 1932. Nesta foto, datada de 1964, se dava a formatura dos professorandos do Barão do Rio Branco. Na foto, temos da esquerda para a direita: Prof.ª Mary Helena Magoga, Prof.º José Favorino Rangel, aluna Iêda C. Alexandrino, Prof.ª Maria Aparecida de Carvalho Azarite, aluna Marilda Carvalho, Prof.ª Dinorah Silveira Borges e Prof.º Anísio Borges 

Durante sua história, a banda contou com inúmeros regentes, como por exemplo, Washington Luis Pereira, Enéas Rodrigues, Michel José Esper, Hélios Tricca, Valdemar Campos e Edval de Jesus de Souza Breguedo, que está à frente da banda desde maio de 1987.
O funcionamento da banda na escola Barão do Rio Branco se deu até o ano de 2001, ano pelo qual também foi fundada a Associação Musical “Professor José Favorino Rangel”, com posse de nova diretoria e que tinha como “finalidade primordial manter uma escola para ensino gratuito de arte musical e a formação de músicos para sua execução, por meio de instrumentos de sopro e percussão”, passando a ter sede na rua Emas Nº 42, Parque Iracema.
Sua primeira diretoria foi formada por Célia Tricca Esper, presidente; Enéas Rodrigues de Souza, vice-presidente; Márcio dos Santos Roncalli, tesoureiro; Elcio Américo Corrêa, 1º secretário; Nelson Lopes Martins, 2º secretário; Edval de Jesus de Souza Breguedo, diretor musical; e Onofre Delbson Baraldi, diretor social.
Percebendo o problema financeiro que sempre acompanhou a referida banda, o vereador Onofre Baraldi elaborou um projeto de lei que declarava a Associação Musical “José Favorino Rangel” como sendo de utilidade pública, através da Lei Nº 3.762 de 07 de março de 2002, habilitando esta a receber verba da prefeitura de Catanduva.
O último auxílio enviado à banda partiu do Requerimento Nº 6220/2011, de autoria do vereador Nelson Lopes Martins, “solicitando ao Sr. Prefeito para que envie projeto de lei concedendo subvenção à Associação Musical “José Favorino Rangel”, Banda do Barão”.
O pedido foi atendido, e em 12 de setembro de 2011, através da Lei Nº 5.237, de autoria do prefeito municipal, concedeu uma quantia de R$ 1.500,00 por mês, durante cinco meses, indo dos meses de agosto a dezembro de 2011.

A banda já contou com apoio dos vereadores Onofre D. Baraldi (esq.) e Nelson Lopes Martins (dir). O primeiro foi o autor do projeto que deu origem à Lei Nº 3.762 que declarava a associação musical como de utilidade pública, possibilitando o recebimento de verba por parte da prefeitura. Já o segundo foi o responsável pelo envio do requerimento ao prefeito municipal solicitando subvenção para a banda no ano de 2011, no qual foi atendido através da Lei Nº 5.237, de autoria do prefeito municipal

Atualmente, quem está à frente da banda, tanto como maestro, como presidente da associação é o Sr. Edval de Jesus de Souza Breguedo, que tomou posse como presidente em junho de 2011.
Funcionando de maneira provisória em sala fornecida pela Prefeitura Municipal de Catanduva, no prédio localizado à rua São Paulo (local onde funciona a Guarda Municipal de Catanduva), a banda busca novos recursos para futuras instalações, contando hoje com 60 integrantes.
Infelizmente, a banda ainda passa por problemas financeiros, como comenta Edval: “Ultimamente não participamos mais de festivais, não por falta de qualidade, mas por falta de dinheiro, encareceu demais. Antigamente, a banda era mais “elitista”, e muitas vezes, entre os próprios pais se arrecadava o dinheiro para nossas despesas. Hoje já não temos mais isso. As viagens são bancadas pelas prefeituras que nos convidam para algum evento, cedendo o ônibus e a alimentação”.
Deixando os problemas de lado, o que fica claro entre todos àqueles que participaram da referida corporação é um grande sentimento de saudade e “tempos bons”, mantendo viva e acesa o espírito envolvente.
“Comparo a banda como o time do Barcelona, que hoje é evidência mundial. Até quando vai durar? Será que para sempre? Cada um teve seu momento. Hoje a banda não se encontra em sua forma maior, pois estamos passando por um período de reestruturação. Mesmo perdendo o pique, fizemos história”, finaliza Edval de Jesus de Souza Breguedo.

Atualmente, a banda está sob os cuidados de Edval de Jesus de Souza Breguedo, que além de maestro é o presidente da Associação Musical “José Favorino Rangel”

Referências Bibliográficas:
 - Jornal “A Cidade”, de 08 de abril de 1979.
 - Jornal “O Regional”, de 06 de janeiro de 2002.
 - Jornal “O Regional”, de 15 de janeiro de 2002.
Material pesquisado no acervo do Museu “Padre Albino

Chain: o catanduvense de pés descalços

O popular Chain ficou conhecido por sempre andar com os pés descalços

Catanduva possuiu inúmeras pessoas que até hoje são lembradas por grande parte da população, não por serem poderosos, por possuírem grandes cargos políticos ou ainda por terem realizado “grandes feitos”.
Inúmeros personagens da vida real deixaram suas marcas em nossa cidade pelo jeito único de serem, pelos seus hábitos, costumes e individualidades, fazendo com que eles ficassem conhecidos em sua época e em tempos posteriores.
Podemos aqui citar o negro Osório, homem que vestia uma farda, apito na mão, com direito à quepe e porrete de borracha, que ficava “comandando” o trânsito de nossa cidade em tempos atrás. Diz uma história, que certa vez ele chegou a tomar trinta copos de água de uma vez só.
Muitos ainda se lembram do Muriano, que usando seu sapato velho e furado, cajado na mão e um saco nas costas, andava em Catanduva pedindo esmolas, sempre falando sozinho e causando medo em algumas crianças, embora totalmente inofensivo.
Ainda podemos citar “Joaquim Bolo Fofo”, que era alto e gordo, andava mal trajado e de chinelos, fazendo ponto em frente à “Casa Dois Irmãos” e com seu chapéu arrecadava moedas que lhes eram dadas pela população; também a figura de Andó, caracterizado por sempre usar um paletó azul, camisa abotoada até o pescoço, chapéu, falanmdo sozinho, percorria a cidade com uma pequena enxada nas costas e quando alguém pedia para ele capinar algum quintal, ele sempre respondia: “Amanhã eu vou”.
Todos esses personagens deixaram marcas em nossa cidade e claro que muitos além desses existiram em Catanduva, bem como atualmente contamos com algumas figurinhas marcantes em nosso meio.
Dentro dessa perspectiva, hoje vamos conhecer um pouco da vida de outra figura muito conhecida em Catanduva: Chain Felício Tayar, o homem dos “pés descalços”.

Chain sempre foi muito querido pela população de Catanduva e era  muito conhecido também 

Chain Felício Tayar nasceu na cidade de Catanduva, no dia 02 de novembro de 1933. Filho de Felício Tayar e de Chafica Tayar, de origem libanesa, seu pai exercia a função de pastor, matando cabritos e carneiros e depois vendendo a carne. Além de Chain, o casal ainda possuía mais três filhos: Jamil Tayar, Damus Felício Tayar e Saada Felício Tayar.
Chain, que durante a sua vida exerceu a profissão de corretor de automóveis, ficou muito conhecido em nossa cidade pela característica particular de andar sempre com os pés descalços.
“Esse era um costume que ele tinha desde criança. Não calçava sapato de jeito nenhum, e olha que o pé dele era duro. Muitas vezes quando ele ia vender algum automóvel, ele dava cada chute no pneu do carro para mostrar que era bom, que eu acho que até de botina dava para machucar”, relembra o irmão caçula de Chain, Sr. Jamil Tayar.
Em jornais antigos de nossa cidade, contidos no acervo do Museu “Padre Albino”, foi possível encontrar matéria que classificou Chain como um andarilho, fato que foi negado por seu irmão. “O Chain nunca foi um andarilho, porque ele tinha casa. Como nunca casou, sempre morou com os pais. O que acontecia, é que às vezes ele saía andando pelas ruas e não voltava, dormia em alguns lugares, como a Guarda Municipal, por exemplo”.
E por falar em Guarda Municipal, um dos grandes desejos de Chain era de poder usar o uniforme da corporação. Sua vontade foi cumprida durante a gestão do prefeito municipal Carlos Eduardo de Oliveira Santos, e das mãos do chefe da GCM, Dorival Callegari, recebeu a farda e o apito que tanto queria.
De acordo com o referido prefeito, em matéria do jornal “O Regional”, de 06 de julho de 1999, a doação do uniforme à Chain foi feita com uma condição: de que ele se calçasse. “Ele não usava calçados e seus pés estavam sempre machucados, por isso demos a farda que ele queria com a condição de que, a partir dali, ele usasse sempre sandálias e meias que compramos”, lembrou Carlos Eduardo.

Foto tirada durante a construção do calçadão da rua Brasil, no ano de 1987. Chain sempre estava perto de políticos e pessoas conhecidas da cidade. Na foto, temos, da esquerda para a direita: José Paschoal Figueiredo, José Roberto Louzado, Geraldo Coneglian, Haroldo Gondim Guimarães, José Alfredo Luiz Jorge, Baroni, Thomé e Chain, com os pés descalços

Se por um lado Chain não gostava de cuidar muito de seus pés, grande cuidado dispensava para as mãos. “Ele tinha o costume de lavar muito as mãos. Abria a torneira, gastava quase um sabonete e ficava um tempão esfregando uma mão na outra para poder deixá-las impecáveis. E quando acabava de lavar, não fechava a torneira não, com medo de sujar de novo”, relembra o costume do irmão o Sr. Jamil.
Um dos fatos lembrados por seu irmão foi uma das festas de carnavais, onde Chain desceu a rua Brasil com uma placa que continha os dizeres: “Chain, o maior corretor da praça”.
“Ele gostava muito de carnaval e era nessa época quando ela mais se arrumava, ou melhor, colocava uma bermuda mais arrumada ou uma calça arregaçada na altura das canelas e saía para as noites de festa. Ele podia ter todos os defeitos do mundo, mas uma coisa que era muito forte nele era sua honestidade. Como era corretor de carros, hoje em dia é muito comum vermos as pessoas venderem carros ruins por bons. Chain não: se o carro fosse batido ele não vendia, ou ainda mostrava os defeitos que o carro que estava vendendo possuía. Não enganava ninguém”, finaliza seu irmão caçula.
Chain Tayar faleceu no dia 05 de julho de 1999 devido à problemas respiratórios. Seu corpo foi enterrado com uma farda da Guarda Civil Municipal de Catanduva no cemitério “Nossa Senhora do Carmo”.
Como forma de homenagem à essa grande figura que fez parte da história de Catanduva, o vereador Marquinhos Ferreira apresentou projeto de lei no ano de 2009, denominando que a estrada municipal Ravazi (C.T.V. 382) recebesse a denominação de “Rodovia Municipal Chain Felício Tayar”. O projeto foi aprovado e transformado na Lei Nº 4.911, de 22 de fevereiro de 2010. 

Sr. Jamil Tayar, irmão caçula de Chain: " Eu como era o caçula, de vez em quando eu dava umas broncas  nele e ele não gostava não"

Lei da criação do município de Catanduva

Município de Catanduva foi criado em 1917 e instalado em 1918

Em publicação recente, postei a lei da criação do Distrito de Paz de Vila Adolpho. Para completar, hoje posto a lei da criação do  município de Catanduva, datada de 14 de novembro de 1917 e que teve sua instalação em 14 de abril de 1918, no antigo Clube "Sete de Setembro", prédio que se localizava na esquina das ruas Brasil com Paraíba.
Segue a lei:


Lei Nº 1.564 – De 14 de Novembro de 1917

Crêa o município de Catanduva, na comarca de Rio Preto

O DOUTOR ALTINO ARANTES, Presidente do Estado de São Paulo.
Faço saber que o Congresso Legislativo decretou e eu promulgo a lei seguinte:
Artigo 1º - Fica creado o município de “Catanduva”, com o território do atual distrito de paz de “Vila Adolfo”, da comarca de Rio Preto.
Artigo 2º - As suas divisas são as seguintes: Começam na barra do córrego Jacú, no ribeirão São Domingos, e sóbem por aquele até dois quilometros e meio; daí, a rumo, vão ter ao corrego dos  Tenentes, no ponto que dista dois quilometros e meio da sua barra no ribeirão São Domingos e descem pelo córrego dos Tenentes até ao Ribeirão São Domingos, descem por êste até a barra do córrego Taquari, por êste acima até a sua cabeceira mais alta, e daí, em linha reta, até a cabeceira mais alta do córrego de Limeira, por êste abaixo até a sua confluência com o córrego das Bicas; continuam por êste acima até a confluência do primeiro pequeno córrego da margem esquerda e por êste acima até a sua cabeceira; dêsse ponto prosseguem em rumo até a cabeceira do córrego S. bento, por esta abaixo atá à sua confluência no ribeirão Cubatão e por êste  acima até à sua cabeceira; daí, não ao alto do divisor das águas dos ribeirões Três Barras, Cubatão e S. Domingos, e, alcançando a cabeceira do córrego da Barra Grande, descem por êle até o ribeirão S. Domingos e por êste abaixo à barra do córrego Jacú, onde tiveram começo.
Artigo 3º - Revogam-se as disposições em contrário.
O Secretário de Estado dos Negócios do Interior assim a faça executar.
Palácio do Govêno do Estado de S. Paulo, aos 14 de novembro de 1917.

ALTINO ARANTES.
Oscar Rodrigues Alves.

Publicada na Secretaria de Estado dos Negócios do Interior, em 14 de novembro de 1917. – O Diretor-geral, João Crisóstomo B. Reis Junior.

Populares em frente ao Clube "Sete de Setembro" durante a instalação do município de Catanduva, que se deu em 14 de abril de 1918



quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Lei da criação do Distrito de Paz de Vila Adolpho

O pequeno povoado foi elevado à categoria de Distrito de Paz no ano de 1909

Um dos primeiros passos para que o antigo povoado de Cerradinho alcançasse o patamar de município (fato que só ocorreu no ano de 1917, quando foi criado, sendo instalado em 14 de abril de 1918) foi sua elevação à categoria de distrito de paz.
Mesmo antes da chegada da estrada de ferro em nossas terras, que aconteceu em 1910, através da Lei Nº 1188, de 16 de dezembro de 1909, esta criava o distrito de paz de Vila Adolpho, no município e comarca de São José do Rio Preto.
O nome de Vila Adolpho se deu em homenagem à Adolpho Guimarães Corrêa, que era prefeito de São José do Rio Preto na época da elevação (foi prefeito de 1908 a 1914). Ele foi o responsável pela fundação do primeiro jornal de nossa vizinha cidade Rio Preto, denominado "O Porvir". Sempre pensava à frente de sua época e considerava que a construção de largas avenidas eram de suma importância para o desenvolvimento da cidade. Atualmente, São José do Rio Preto possui uma praça que leva seu nome como forma de homenagem.

Adolpho Guimarães Corrêa era prefeito de São José do Rio Preto na época da criação do Distrito de Paz

Voltando para o nosso pequeno povoado, muito se fala da elevação à categoria de distrito de paz, mas muitos poucos já fizeram a leitura da referida lei.
Diante disso, vou colocá-la aqui por questão de curiosidade.
Apenas vale lembrar que a ortografia corresponde à época em que foi escrita.

LEI N. 1188 – De 16 de dezembro de 1909

Crêa o districto de paz de Vílla Adolpho, no município e comarca de Rio Preto

O doutor Manoel Joaquim de Albuquerque Lins, presidente do Estado de São Paulo,

Faço saber que o Congresso Legislativo do Estado decretou e eu promulgo a lei seguinte:

Artigo 1º. Fica creado no município e comarca de Rio Preto o districto de paz de Villa Adolpho, com as seguintes divisas: Partindo do divisor das aguas dos ribeirões das Tres Barras, Cubatão e S. Domingos, alcançarão a cabeceira do corrego Barra Grande, seguindo por este abaixo até o ribeirão de S. Domingos (lei n. 1109, de 10 de Dezembro de 1907), por este S. Domingos abaixo (lei n. 1075, de 22 de Agosto de 1907), até a confluência do corrego da Taquara, por este acima até a sua cabeceira mais alta e dali em recta até a cabeceira mais alta do corrego da Limeira, por esta abaixo até a sua confluência com o corrego das Bicas, por este acima até a confluência do primeiro pequeno corrego da margem esquerda, por esta acima até sua cabeceira, dahi em rumo até a cabeceira do corrego S. Bento, por este abaixo até sua confluência no ribeirão do Cubatão, e por este acima até sua cabeceira, dahi ao alto do divisor das aguas dos ribeirões das Tres Barras, Cubatão e S. Domingos, onde tiveram começo (lei n. 996, de 14 de agosto de 1906).

Artigo 2º. Revogam-se as disposições em contrário.

O secretário de Estado dos Negócios do Interior assim a faça executar.
Palacio do Governo do Estado de S. Paulo, em 16 de Dezembro de 1909.

M. J. ALBUQUERQUE  LINS
Carlos Guimarães.

Publicada na Secretaria de Estado dos Negocios do Interior, em 16 de Dezembro de 1909. – O director, Alvaro de Toledo.       

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Hipóteses sobre a fundação de Catanduva

Até o presente momento, não se tem certeza de quem realmente foi o fundador de Catanduva

Um dos pontos mais polêmicos no que se refere à história de Catanduva é quem, de fato, foi seu real fundador.
Até o momento, não se tem com exatidão o nome do responsável pela fundação do incipiente povoado, contando apenas com três possíveis hipóteses sobre o fato.
A primeira delas, favorecida pela tradição oral, relata que o início de nossa povoação está relacionada com a mudança de uma família mineira de nome Figueiredo. Segundo esta, José Dias Figueiredo, vindo do Estado de Minas Gerais, teria comprado propriedade nessa região no ano de 1850. Em 1886, seu filho, Joaquim Figueiredo, tomou posses das terras e iniciou as plantações e cultivo das mesmas, quando então se construiu a primeira casa de telhas.
A segunda hipótese, que possui o documento oficial, concede a fundação da cidade à Antônio Maximiano Rodrigues, natural de Conceição do Rio Verde, no Estado de Minas Gerais, que teria adquirido terras na região de Catanduva por volta de 1890, e nelas se estabelecendo em 1892. De acordo com a transcrição Nº 206, de 18 de setembro de 1890, às folhas 42, do Livro 3, no Cartório de Registros de Imóveis e Anexos da jurisdição da Comarca de Jaboticabal, tem-se a aquisição por Antônio Maximiano Rodrigues de Antônio Alves Moreira Barbosa, e sua mulher, Ana Cândida Moreira, por escritura pública lavrada pelo tabelião João Evangelista Homem, pelo valor de 1:000$000, cem alqueires de terras da Fazenda “Barra Grande”.
A terceira hipótese no que diz respeito à fundação, uma das menos prováveis, se refere à pessoa de Domingos Borges da Costa, vulgarmente conhecido pelo apelido de “Minguta”, por residir em um velho rancho ao lado do córrego que leva esse nome. Através de escritura particular, transcrita sob Nº 6116, de 13 de fevereiro de 1897, Livro 3-F, às folhas 61, do referido cartório, Domingos teria adquirido de Antônio Maximiano Rodrigues e sua esposa, Francisca Sales de Jesus, pelo valor de 100$000, dez alqueires de terras para o plantio de milho, na Fazenda “Barra Grande”.


Joaquim Alves Figueiredo: de acordo com a tradição oral, um dos mais antigos moradores do povoado,  que mais tarde iria dar origem à cidade de Catanduva

Antônio Maximiano Rodrigues possui documento de compra de terras  na região de Catanduva, datado  do ano de  1890

Estátua do "Minguta", Domingos  Borges da Costa, localizada na avenida José Nelson Machado, em Catanduva. É considerado um dos menos prováveis no que diz respeito à fundação da cidade